segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Estórias que são contadas....

A partir de hoje vou publicar o que chamo de:
"Estórias que o povo conta"...
A primeira será dividida em três partes.


Enganos sobre a Ilha da Magia


Quero lhe contar uma "estória" que com certeza vai elucidar algumas
entrelinhas e verdades que muitos rezam por aí, muitos alardeam por
aqui, mas poucos sabem o quão ela representa.

Se é verdade ou ficção, você decide!

Era uma vez...

Um ATCO que em 2006, desejou morar e trabalhar na "Ilha da Magia",
terra onde ele teria, acreditava ele, maior qualidade de vida,
proximidade com a mulher amada. enfim uma virada total na vida
profissional e particular desse tal ATCO.
Ele trabalhava num DTCEA de uma cidade grande, conturbada, violenta.
Mesmo trabalhando há quase uma década naquele Destacamento, apesar de
não ser um dos mais "antigos", esse ATCO, tinha sido Adjunto do APP
por dois anos. Trabalhando e desempenhando suas atribuições com
extrema gabardia, tais qualidades e méritos lhe deram a chance de
galgar oportunidades, que nem sempre eram vistas com bons olhos, mas
que foram ratificadas até mesmo pelo despacho que seu próprio
Comandante de época havia feito em seu Requerimento de Movimentação.
O mais engraçado é que ele havia sido convidado para ser Adjunto
porque ninguém queria assumir essa função. Mas acreditando que todo o
ônus atrela o bônus, ele assumiu e cumpriu com competência o desafio.
A transferência era tida como certa e ele se preparava como podia para
migrar para o novo local, com a máxima capacitação e conhecimento que
poderia ter, já que acreditava que ao se afastar da sede e chegando
novato no local, demoraria um tempo razoável para conseguir realizar
outra capacitação ou ter oportunidades advindas da competência e
dinamismo que apresentara.
O fim de 2006 foi tenebroso para o ATC e para esse nosso colega ATCO
não foi diferente. Teve a sua transferência publicada em um dia e
revogada em outro. Associado a isso teve um tombo e rompeu ligamentos
do joelho, fraturou o côndilo da tíbia, não bastando isso teve o
diagnóstico errado de um médico militar o que obrigou buscar
tratamento médico fora da Instituição, o que já começara a ser
encarado como um ato "errado".
O início do ano de 2007 foi marcado pela sua incessante luta para
reverter o despacho final da autoridade. Ficou praticamente o mês de
janeiro inteiro indo ao DECEA, quase que diariamente para tentar
reverter a situação. Propunham-lhe que fosse por meios próprios,
arcando com as despesas de movimentação e tudo mais. Mas como poderia
fazê-lo se esse nosso colega já tinha angariado dívidas, compromissos
e até pagando tratamento médico extra-institucional. Seria por demais
extorsivo e cáustico, tanto a esse colega, quanto à sua família, até
então.
O inevitável aconteceu e a transferência não se concretizou. Sua vida
pessoal estava em colapso, sua amada não tinha mais fé em suas
desculpas. Na visão dela, a simplicidade e a racionalidade imperariam
nessas horas para se movimentar um funcionário. Ledo engano!
Percebendo que não teria mais para onde trilhar, olhou para si mesmo e
resolveu cuidar de sua saúde. Realizou uma cirurgia complicada nos
mesmos dias em que o ATC Nacional era difamado como um grupo de
sabotadores e canalhas. Os ATCO viraram os páreas de um Sistema frágil
e exposto e com ele não tinha sido diferente.
Com o casamento arruinado, dívidas e toda a sorte de coisas, ele
sempre ouvia os "conselheiros de última hora" de que era melhor se
conformar e permanecer naquele DTCEA a que outrora ele tinha dado
tanto de si.
Sucumbindo a essa quase que "unanimidade" de eventos contrários, ele
desistiu da Ilha da Magia. E depois de alguns meses, retornou ao
Serviço, por pedido próprio feito ao médico do CEMAL, mesmo andando
com auxílio de muletas, porque queria se sentir útil novamente.
Acreditava que seu trabalho teria um dos últimos recantos de
satisfação e prazer.

MAIS UM LEDO ENGANO!

TO BE CONTINUED...