sábado, 25 de outubro de 2008

Melhor, igual ou pior??????

Contas Abertas (CA) - Na época dos acidentes dos aviões da Gol e da Tam, muito se discutiu a respeito do ambiente de trabalho e da tensão na qual os profissionais exerciam suas funções. De lá para cá, o ambiente foi normalizado ou ainda tem características do passado?

Roberto Sobral – O ambiente de trabalho não poderia estar pior. Nossos controladores continuam a receber carga excessiva de trabalho e em condições ainda mais adversas. Em primeiro lugar, foram afastados todos aqueles mais experientes, portanto, melhores qualificados tecnicamente para identificar as falhas de sistemas e apontar as necessidades de correção. Estes continuam sofrendo perseguições absurdas e ilegais, e sendo afastados da função de controle de tráfego enquanto vão sendo substituídos por jovens inexperientes, que acabam comandados sob o mesmo ambiente hostil.

Segundo, a qualificação de CTA não deriva de “ordem militar”. Se uma falha do sistema de controle puser em risco a vida de passageiros, tripulantes e população sobrevoada, é dever do controlador registrar a falha em livro oficial, para que o fato se torne de conhecimento de todos e as medidas corretivas sejam imediatamente adotadas. Mas o Comando da Aeronáutica passou a cercear o dever que deriva da liberdade profissional dos controladores, impedindo até que se registrem as falhas que representam riscos para a vida humana, tudo para demonstrar uma falsa segurança apta a justificar a permanência do controle militar em lugar de uma administração civil, fato que só ocorre em países como Togo e Gabão, todos de pequeno porte na atividade.

Terceiro, embora o stress decorrente da tensão operacional seja inerente à profissão, o que não se admite é que pessoas sem condições de saúde estejam submetidas a um trabalho delicado em que milhares de vida estão literalmente no ar à espera de orientações. Sábado passado (18/10), faleceu um controlador com 30 anos de serviço na posição operacional da Torre Galeão, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Ele sofria de sérios problemas de saúde, situação reconhecida por Documento de Informação de Saúde da própria Aeronáutica, que, de modo absurdo, mantinha aquele homem debaixo do stress de uma carga anormal de trabalho. Por ironia do destino foi sepultado no dia em que se comemora internacionalmente o dia do CTA (20/10). Estamos arrazoando sobre as causas deste falecimento, pois o controlador tinha tempo se serviço suficiente para que fosse encaminhado a atividades menos estressantes.


Texto retirado do site http://www.ocontrolador.com

Parte integrante da entrevista do Advogado da Febracta, Roberto Sobral à Revista Contas Abertas.


Será que o Comandante do DTCEA Galeão e seu "staff" serão responsabilizados administrativamente, nas esferas Civil e Criminal, por essa perda irreparável ?

Sabe-se que o caráter administrativo desse Comandante é arrogante e prepotente, mas com esse fato irrefutável fica caracterizado mais um de seus desmandos, que mancham o bom nome da Instituição.